Neoprospecta: tecnologia inédita para análise de bactérias
Startup sediada no Sapiens Parque, em Florianópolis (SC), foca nos setores de saúde e alimentação para reduzir casos de infecção Uma tecnologia inovadora capaz de realizar diagnóstico microbiológico em larga escala. A solução foi desenvolvida pela Neoprospecta, startup que é resultado do trabalho dos pesquisadores Marcos Oliveira de Carvalho e Luiz Felipe de Oliveira durante seus respectivos doutorados em Genética e Biologia Molecular, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sediada no Sapiens Parque, em Florianópolis (SC), a empresa recebeu em 2014 um aporte de R$ 4 milhões do fundo Cventures Primus, para investimentos em infraestrutura, área comercial, pesquisa e desenvolvimento. A solução permite que instituições de saúde (hospitais, clínicas, postos de saúde) façam um mapeamento completo de possíveis focos de infecção, com detalhes de cada bactéria encontrada e um resultado entregue em tempo recorde. A tecnologia também pode ser aplicada na indústria alimentícia, em frigoríficos, nas estações de tratamento de água e outras áreas. No Brasil, segundo dados da Associação Nacional de Biossegurança (CNB), pelo menos 100 mil pessoas morrem ao ano devido a infecções hospitalares – um problema que poderia ser reduzido drasticamente com simples ações de higiene básica, como lavar as mãos. Além da inovação tecnológica, outro grande diferencial é a escalabilidade: de uma só vez é possível fazer a análise de 512 amostras (em breve, poderá analisar até 1024), e cada amostra pode identificar dezenas de milhares de espécies de microrganismos. No método tradicional, com a utilização de uma placa de petri, as espécies são identificadas uma a uma, o que demandaria uma grande quantidade de placas e de tempo para chegar ao mesmo resultado. Até o momento não existia uma solução para realizar as análises microbiológicas em ambientes de forma eficiente, lacuna que agora é suprida pela tecnologia que desenvolvemos Marcos Oliveira de Carvalho, diretor-presidente da Neoprospecta. Um dos trabalhos referência da empresa foi o controle dos focos de contaminação da superbactéria KPC no Hospital Municipal São José (HMSP), em Joinville (SC). Neste caso, a Neoprospecta aplicou o diagnóstico microbiológico digital de precisão em diversas áreas do ambiente hospitalar e em culturas isoladas no laboratório da instituição. Foram feitos sensíveis testes da impressão digital contida no DNA das bactérias presentes no ambiente e também nas bactérias isoladas nos pacientes, para compreender como ocorreu a contaminação dentro do Hospital....
Leia MaisBRDE Inova: Setor de TI lidera em SC
Em 2014, 58% das operações foram destinadas a empresas de tecnologia O setor de Tecnologia da Informação em Santa Catarina é o responsável por mais da metade dos projetos contratados para o programa BRDE Inova, gerido pelo Banco Regional de Desnevolvimento do Extremo Sul. Em 2014, foram contratados R$ 86 milhões em recursos, sendo que 58% das operações foram destinadas a programas de TI. Em valores absolutos, o volume de recursos para empresas do setor chegou a 31% do total captado (cerca de R$ 26,6 milhões). Os financiamentos foram para 36 projetos em diversas modalidades ou linhas de créditos. Segundo informativo divulgado pelo BRDE, os órgãos repassadores de recursos FINEP e BNDES e as entidades conveniadas tiveram um papel fundamental na divulgação e no encaminhamento de projetos de inovação ao BRDE Inova — programa que permite financiamentos de longo prazo para empresas e projetos inovadores com juros, condições e tarifas diferenciados. Também no ano passado foi apresentada aos empreendedores da área de TI em Florianópolis a linha MPME Inovadora, que disponibiliza R$ 300 milhões com juros subsidiados, taxa de 4% ao ano em até 10 anos para pagar e com carência de até 48 meses. Em consequência da mobilização feita pelas entidades ABES, ACATE, BNDES e BRDE, oito das nove primeiras operações de financiamento à inovação aprovadas em todo o País pelo BNDES na linha MPME Inovadora foram operações do BRDE em SC. Foram, no total, R$ 35 milhões destinados a empreendedores...
Leia Mais10 lições de Josep Piqué sobre a cultura da inovação
O engenheiro de telecomunicações Josep Miquel Piqué é um dos expoentes na disseminação da cultura da inovação na Espanha. Presidente da Rede de Parques Científicos e Tecnológicos da Calalunha (XPCAT), Piqué esteve no Brasil em janeiro deste ano, quando firmou convênio entre a XPCAT e a Rede Catarinense de Inovação (Recepeti). A instituição de Santa Catarina é a responsável pelo estudo e a proposição de um modelo de governança para os centros de inovação que estão sendo implantados no Estado desde 2014, a partir da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS). O intercâmbio com o modelo espanhol ajudará a mover empresas e pesquisadores nos dois países. Após o workshop ministrado aos catarinenses o discípulo de Henry Etzkowitz, um dos fundadores da tríplice hélice – gestão conjunta da economia do conhecimento por empresas, universidades e governo – Piqué listou requisitos para nutrir uma cultura voltada para a inovação e capaz de mudar a matriz econômica de uma região em qualquer lugar do mundo. Confira as lições do espanhol. A inovação só se produz quando há uma execução e a cidade é a plataforma de inovação. O mercado local é determinante no desenvolvimento de inovação. Os centros de inovação têm que ser capazes de conectar ciência, tecnologia e empresas Josep Miquel Piqué 1 Boas ideias devem ser globais O mercado local é determinante para o processo de inovação. Basta entender que hoje as grandes corporações procuram inovação em todos os lugares do mundo. E a ideia que deve prevalecer é a da inovação aberta, que integra grandes e pequenas empresas. Esta conexão é que forma uma ecologia da inovação. Por isso uma rede é tão importante para a pesquisa e para a própria inovação. As universidades já são globais. A ciência é global. Quando pesquisadores produzem pesquisas e criam conhecimento, eles apresentam artigos em publicações internacionais, interagem com diferentes grupos e criam este cenário propício para a troca. As empresas precisam se adaptar a essa realidade também. 2 Internacionalização das relações Um território se prepara bem para inovar quando retém o talento, quando cria novas gerações orientadas como cidadãos globais e para o empreendedorismo. Abre espaço à cultura inovadora quando atrai os jovens e cria condições, por exemplo, para que estrangeiros que estudam nas universidades locais queiram permanecer ali, viver, trabalhar naquele território. 3 Educação para o empreendedorismo Os estudantes precisam ter experiências práticas de empreendedorismo ou vivência sobre as empresas desde a escola, o Ensino Médio, a Universidade. A cultura da inovação influencia os perfis profissionais. A melhor forma para que as crianças tenham vocação global, tecnológica, científica e empreendedora, é que experimentem dentro da educação este processo. No caso de Barcelona, por exemplo, proporcionamos uma competição de robótica para crianças desenharem protótipos e desenvolverem produtos tecnológicos. Elas se desafiam, desenvolvem sua vocação, mas começam experimentando a investigação. A forma de aprender é realmente fazendo. 4 Internacionalização das empresas Para as empresas partirem para a internacionalização, a primeira reflexão tem de ser interna. Como eu posso agregar valor às minhas capacidades para o mundo? É preciso um diagnóstico sobre que setor econômico eu ocupo, com quem estou competindo e com que mercados posso me conectar para vender produtos e serviços. O Brasil é um país muito grande, então ele precisa passar primeiro por um processo de crescimento a...
Leia MaisPrograma SAP Expoentes beneficia startup PariPassu
De olho na expansão do mercado, a PariPassu, startup com sede em Florianópolis, passa a utilizar a solução SAP Business One para automatizar os processos administrativos e contábeis. O software foi implantado no início de novembro pela empresa parceira da SAP, Easyone. A PariPassu desenvolve aplicativos para o fomento da cadeia de abastecimento de alimentos e é a quarta empresa do programa SAP Expoentes, de fomento ao empreendedorismo, a receber a tecnologia da SAP sem nenhum custo. De acordo com André Donadel, diretor de operações da PariPassu, o principal objetivo da empresa com a utilização da tecnologia da SAP é aprimorar os controles dos processos, feitos até então por meio de planilhas, o que dificultava a análise das informações. A startup foi criada em 2005 para oferecer soluções de rastreabilidade de alimentos às diferentes áreas do setor produtivo, de distribuição e do varejo brasileiro de alimentos perecíveis, atendendo aspectos regulatórios relacionados à segurança do alimento e saúde pública. Empresas com projeção de alto crescimento como a PariPassu oferecem produtos que resolvem um problema relevante, ao mesmo tempo que geram receita e empregos. São estes os negócios capazes de transformar um país e que buscamos para fazer parte do programa de empreendedorismo da SAP e Endeavor Enio Borges, gestor de contas do programa SAP Expoentes na Endeavor Brasil. Lançado em novembro de 2012, o programa SAP Expoentes tem o objetivo de colaborar com o crescimento sustentável de empresas que geram impacto social positivo em mercados emergentes. Em fevereiro de 2014, a SAP anunciou as cinco primeiras empresas do Brasil selecionadas para receber os benefícios que o programa oferece, como doação de software, investimento de capital e serviços de mentoria e aconselhamento....
Leia MaisStartups: como aceleradoras corporativas ajudam a superar concorrência precoce
Por Alexander Prado, coordenador do programa Inove Senior e CEO da Acceleri – Aceleradora de Projetos Sabemos que o acesso ao mercado é a “hora da verdade” para as startups. Afinal, não basta ter uma ideia inovadora bem executada se ela não chegar ao público almejado. Esse momento é cada dia mais crítico em decorrência de um processo conhecido como commoditização da tecnologia, que gera concorrência precoce para empresas que ainda estão aprendendo a se colocar no mercado. O termo commoditização da tecnologia é utilizado para caracterizar o aumento da facilidade e diminuição dos custos para se desenvolver um novo produto tecnológico – especialmente softwares. Como reflexo, ao menor sinal de sucesso de uma startup, o mercado vê surgir uma enxurrada de produtos/serviços similares, fazendo com que os empreendedores enfrentem concorrência antes mesmo de ganharem destaque e colherem os frutos do seu pioneirismo. Nesse cenário, há muita oferta de produtos e serviços iguais ou semelhantes, sem diferenciais competitivos que os tornem únicos em seus respectivos mercados. E se o segmento for mais sensível ao preço do que à entrega de valor agregado ou outros diferenciais, o problema se agrava. Escalar uma solução e rapidamente ganhar mercado é um dos principais desafios para qualquer startup, e uma questão de sobrevivência num cenário de commoditização tecnológica. Investir em marketing e apostar no networking podem ser ações interessantes nesse sentido, mas o tempo necessário para que gerem resultados concretos pode torná-las tão indispensáveis, como insuficientes. Já a proposta das aceleradoras corporativas ajudam as startups a superar a concorrência precoce de forma mais consistente. Ao firmar uma parceria com uma empresa já estabelecida, por meio desse formato de aceleração, a empresa iniciante pode usar reputação e carteira de clientes já consolidadas para ter acesso e rapidamente conquistar uma fatia do mercado. A commoditização dos serviços de TI também impõe uma dinâmica diferente nos processos de compra e venda de soluções. As linhas de negócios participam ativamente na decisão dos novos projetos de tecnologia, sem passar necessariamente pelo aval do CIO da companhia. Desse modo, contar com o know-how e com contatos pré-estabelecidos por uma empresa já conhecida pode ser um fator decisivo para as empresas nascentes. Ou seja, uma aceleradora corporativa pode ser a ‘madrinha’ que qualquer startup quer e precisa no seu...
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